Nunca conheci quem tivesse levado porrada em tudo
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita
Indesculpavelmente sujo...
Um poema de Fernando Pessoa foi um dos gatilhos para começar o Bestiário. Pensando como o "verniz" social camufla nossas pulsões mais profundas, resolvi mergulhar no lado inconsciente e sombrio (que todo ser humano possui). Diante dos desvios e distorções que a vida nos apresenta, o homem, tantas vezes bruto e passional, esquece que é bicho. Esquece que está nu.
A animalidade é potência e força criativa.
A besta que habita em mim saúda a besta que habita em você.
Este trabalho tem como inspiração as iluminuras e os “bestiários”, livros alegóricos comuns na idade média, que descreviam animais e bestas – ora reais, ora fantasiosos.
Bestiário de alento
Cristina Zarur
92 páginas
21 x 14,8 cm